segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Programação de Eventos Culturais e Gastronômicos Caiçaras

Crédito da Foto: Ricardo Kawamura

Uma das formas de mergulhar em uma determinada cultura é experimentar a sua gastronomia. Os alimentos e bebidas de uma comunidade são capazes de expressar sua cultura, costumes, crenças e sua história.

Crédito das FotosPaulo Henrique Zioli 

Os hábitos alimentares, as formas de seleção de alimentos, as técnicas de preparo, entre outros aspectos, não chegam a ser o espelho de uma comunidade, mas formam a própria imagem desta sociedade. Seus pratos típicos, de maneira emblemática, expressam sua identidade cultural.


A Cultura Caiçara, patrimônio desenvolvido através da fusão entre a cultura dos índios tupis-guaranis, dos colonizadores portugueses e espanhóis e dos escravos, desenvolveu uma identidade culinária própria que difere de outros povos do nosso litoral por não centralizar suas atividades exclusivamente no mar, mesclando a pesca com a agricultura de subsistência e a extração de recursos da Mata Atlântica. 

Crédito das Fotos: Manufatura de Ideias

Uma maneira bacana de conhecer um pouco mais a cultura caiçara e experimentar sua simples e deliciosa culinária é participar dos diversos eventos culturais e gastronômicos que ocorrem, ao longo do ano, nas cidades e comunidades tradicionais caiçaras do litoral de São Paulo, do Paraná e do Rio de Janeiro. Pé na estrada gente!! 

PROGRAME-SE, DELICIE-SE E DIVIRTA-SE !



PROGRAMAÇÃO DE EVENTOS DA CULTURA E DA GASTRONOMIA CAIÇARA
- São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro -

JANEIRO
  • Feira Regional de Artesanato Resgatando o Vale - Ilha Comprida-SP
  • Festival da Culinária Guarani – Aldeia Ribeirão Silveira na Praia de Boracéia em São Sebastião-SP

FEVEREIRO
  • Festa de Reis – Bairro da Vila Nova em Iguape-SP
  • Feira de Economia Solidária - Cananéia-SP
  • Festival do Caranguejo – Pontal do Paraná-PR
  • Festival da Gastronomia Juçareira – Ubatuba-SP
  • Festival de Frutos do Mar – Cabo Frio-RJ 

MARÇO
  • Encontro de Arquivos do Vale do Ribeira - Iguape-SP
  • Semana da Água - Cananéia-SP
  • Conferência Regional de Economia Solidária do Vale do Ribeira - Registro-SP
  • Dia do Caiçara – São Sebastião-SP
  • Caiçararte – São Sebastião-SP 
  • Festa de São José Padroeiro - Pontal do Sul-PR

ABRIL
  • Expoverde do Vale do Ribeira – Pariquera Açú-SP
  • Festival Nacional da Cultura Indí­gena – Bertioga-SP
  • Semana Cultural Guarani – Palhoça-SC 
  • Encontro de Ceramistas de Paraty - Paraty-RJ 
  • Festival de Frutos do Mar - Paraty-RJ

MAIO
  • Festa do Divino Espírito Santo e Santíssima Trindade – Iguape-SP
  • Dia da Cultura Caiçara – Ilha do Mel-PR
  • Festa de Cajati - Cajati-SP
  • Semana da Cultura Caiçara – Ilha Bela-SP
  • Festival de Culinária de Santos - Santos-SP
  • Festa do Caranguejo Uçá - Bairro Caruara, Área Continental de Santos-SP
  • Festival da Mata Atlântica – Ubatuba-SP 

JUNHO
  • XI Festa do Mar - De 6 a 10 - Cananéia-SP
  • Festa de São Vito -  Comunidade do Marujá na Ilha do Cardoso em Cananéia-SP
  • Festa de São Luiz Gonzaga - Ariri-SP
  • Festival da Cultura Tradicional Paulista – Revelando Vale do Ribeira - Iguape-SP
  • Festa de São Pedro - Comunidade de Pedrinhas na Ilha Comprida-SP
  • Circuito SESC de Artes no Vale do Ribeira – Várias Cidades do Vale do Ribeira-SP
  • Encontro Nacional de Turismo Quilombola - Registro-SP
  • Expojac - Jacupiranga-SP
  • Festival do Camarão – Caraguatatuba-SP
  • Festa de São Pedro Pescador – Boiçucanga em São Sebastião-SP
  • Festa de São Pedro Pescador – Ubatuba-SP
  • Festa da Tainha - Praia Grande-SP
  • Festa da Tainha - São Vicente-SP
  • Festa de São Pedro Pescador – Ubatuba-SP
  • Festa da Tainha - Guaratuba-PR
  • Feira Regional da Tainha – Paranaguá-PR
  • Festa da Tainha - Guaratuba e Matinhos-PR
  • Festa de São Pedro Pescador - Dia 29 - Guaraqueçaba-PR
  • Festa da Tainha - Ilha do Mel-PR
  • Festa da Tainha – Paranaguá-PR
  • Festival do Camarão da Ilha do Araújo – Paraty-RJ 

JULHO
  • Festa da Tainha - Comunidade do Marujá na Ilha do Cardoso em Cananéia-SP
  • Festa da Tainha – Bairro do Icapara em Iguape-SP
  • Festa de Rua do Porto da Ribeira - Iguape-SP
  • Festival da Tainha Caiçara – Na Prainha Branca no Guarujá-SP
  • Festa da Tainha – Distrito de Vicente de Carvalho no Guarujá-SP
  • Arraiá Caiçara – São Sebastião-SP
  • Festa da Tainha – Bertioga-SP
  • Festa da Sororoca (Cavala) – Matinhos-PR
  • Festival de Arte e Cultura Popular – Paranaguá-PR
  • Festa Nacional da Tainha – Paranaguá-PR
  • Festa da Tainha – Paranaguá-PR
  • Festa do Pescador – Paranaguá-PR
  • Feira Regional da Tainha - Paranaguá-PR
  • II Encontro de Fandango e Cultura Caiçara – Guaraqueçaba-PR
  • Festa do Turismo e Frutos do Mar - Pontal do Sul e Ilha do Mel-PR 
  • Festa da Tainha – Porto Belo-PR
  • Festival Gastronômico – Búzios-RJ
  • Festa Caiçara – Enseada de Araçatiba na Ilha Grande-RJ 

AGOSTO
  • Festa do Bom Jesus de Iguape - Iguape-SP
  • Festa do Mar / Procissão de Nossa Sra dos Navegantes – Cananéia-SP
  • Balaio Cultural - Juquiá-SP
  • Festival da Tainha – Na Gota de Leite em Santos-SP
  • Festival de Cultura Popular (Caiçarada) – Ubatuba-SP
  • Festa do Congadeiro – São Sebastião-SP
  • Festa do Folclore – Caraguatatuba-SP
  • Festa do Camarão na Moranga – Bertioga-SP
  • Festa de Bom Jesus dos Pedrões - Dia 8 - Guaraqueçaba-PR
  • Festival da Cachaça, Cultura e Sabores – Paraty-RJ
  • Dia da Cultura Caiçara - Paraty-RJ
  • Folia Gastronômica - Paraty-RJ 

SETEMBRO
  • Festa do Pescador – Cananéia-SP
  • Festa da Pupunha – Juquiá-SP
  • Circuito Cultural Paulista Revelando São Paulo - São Paulo-SP
  • Feira Caiçara - Guaratuba e Matinhos-PR
  • Festa do Camarão e do Chope - Pontal do Sul-PR

OUTUBRO
  • Encontro Náutico do Lagamar – Cananéia-SP
  • Festival Caiçara – Comunidade de Pedrinhas na Ilha Comprida-SP
  • Semana Cultura “Pericles Eugênnio da Silva Ramos” – Comunidade de Ariri em Cananéia-SP
  • Feira de Troca de Sementes e Mudas Tradicionais das Comunidades Quilombolas do Vale do Ribeira – Eldorado-SP
  • Festa da Cultura Caiçara – Caraguatatuba-SP
  • Festival de Frutos do Mar e da Mata Atlântica – Praia do Bonete em Ubatuba-SP
  • Festa da Primavera – Bertioga-SP 
  • Festival Paranaense de Artes Tradicionalistas - Pontal do Sul-PR
  • Ymaguaré, Mitos e Lendas Indígenas – Paraty-RJ 

NOVEMBRO 
  • Festa do Robalo – Barra do Ribeira em Iguape-SP
  • Noites Caiçaras na Festa do Robalo - Barra do Ribeira em Iguape-SP
  • Festa de Nossa Senhora do Rocio - Bairro do Rocio em Iguape-SP
  • Semana de Conservação dos Manguezais – Cananéia-SP
  • Festa do Ostra – Comunidade Quilombola de Mandira em Cananéia-SP
  • Festa das Artes e Sabores – Miracatú-SP
  • Encontro de Produtores Orgânicos do Vale do Ribeira - Pariquera-Açú-SP
  • Festival Cultural do Bairro Serra em Iporanga-SP
  • Roda de Causos - Juquiá-SP
  • Encontro da Rede Juçara - Registro-SP
  • Folia Gastronômica - Paraty–RJ 

DEZEMBRO
  • Exposição Agroindustrial e Comercial do Vale do Ribeira (Expovale) – Registro-SP
  • Festa de Santo André – Comunidade Caiçara do Pereirinha/Itacuruçá em Cananéia-SP
  • Festival Regional Nossa Arte – Miracatú-SP
  • Festa do Azul Marinho - Comunidade Quilombola da Fazenda Picinguaba em Ubatuba-SP
  • Sabor Caiçara - Ubatuba-SP
  • Festival do Mexilhão – Massaguaçú e Cocanha em Caraguatatuba-SP


Se você souber de algum evento que não está nesta programação, ou quiser fazer uma correção, por gentileza, me envie um e-mail ou faça um comentário neste post. Grato!

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Pirão de Bagre


Pirão de Bagre é muito bom! Dá uma fortidão...Mainga do céu!
Crédito da Foto: Chef-à-Porter

Facílimo | 40 minutos | Rende 6 porções

INGREDIENTES

Crédito da Foto: Ilha das Compras

1 kg e 1/2 de bagre
3 colheres (sopa) de óleo
4 dentes de alho amassados e picados
3 cebolas picadas
6 tomates, sem sementes, picados
Temperos verdes picados – salsinha, cebolinha, alfavaca, coentro de folha larga
Farinha de mandioca artesanal o quanto baste
Sal e aquela sua pimenta a gosto

Substituição: Eu gosto do bagre branco, é maior, carnudo e saboroso, mas você pode usar qualquer bagre do mar, do lagamar, do estuário ou do rio como o mandi, o bagre amarelosassari ou bagre bandeira. Também fica bom com qualquer outro peixe de carne firme como o robalo, a caranha, o sargo de beiço, garoupa, pescada amarela, miraguaia, mero, prejereva, xaréu e até sororoca, betara, corvina, vivóca(carapeba), tainha... por aí vai. Na verdade dá para fazer esse pirão com qualquer peixe que você goste ou tenha disponível hehehehehe... É uma alegria só! Não é mesmo?

Dica: Se você quer deixar o negócio bom de vez, acrescente alguns camarões sete barbas limpos e/ou alguns mariscos pequenos e/ou ostras e ou pegoavas, etc. Inventa aí que vai ficar bom! Certeza!

Você Vai Precisar
Uma panela grande que pode ser de barro.

PREPARO

Crédito da Foto: Come-se

“Conserte” (limpe) o bagre. Faça alguns cortes no lombo ou nas laterais do peixe e corte a cabeça ao meio para liberar todo seu sabor no caldo.

Dica: No caso do bagre, na hora de limpá-lo, tome muito cuidado com as esporas das barbatanas dorsais e peitorais. Elas podem espetar na sua pele.  Dói prá caramba e pode infeccionar. Quebre-as e corte-as com um alicate.

Em uma panela grande aqueça o óleo e adicione o alho e a cebola, deixando refogar um pouco. Acrescente os tomates, metade dos temperos verdes picados, coloque um pouco de sal e deixe refogar mais um tanto.

Acrescente os bagres limpos e cubra-os com água. Deixe cozinhar por uns 20 minutos ou até o peixe estar bem cozinho. Desligue o fogo, retire os bagres e reserve. Mantenha a água temperada do cozimento na panela. Esse caldo é a base do pirão e nele estão todos os sabores que você quer.

Aguarde o peixe esfriar e com cuidado retire toda a carne deixando de lado todos os espinhos e o couro. Reserve os pedaços de carne.

Agora dê uma atenção especial ao caldo, ele é o cara! Sendo assim, ele deve estar com uma cor bonita e saborosão.

Volte o caldo para o fogo, acrescente o restante dos temperos verdes deixando-os soltar todo seu sabor. Experimente o caldo, corrija o sal e se achar necessário acrescente mais um pouco deste ou daquele tempero. Se quiser pique uma pimenta dedo de moça sem as sementes ou coloque aquela pimentinha que eu sei que você tem aí.

Coloque a carne do bagre que está reservada no caldo e misture com cuidado para não quebrar muito os pedaços ou esfarelar muito a carne. É legal ter alguns pedaços maiores de carne no pirão.

Dica: Se você, como eu, gosta de um pirão mais carnudo guarde alguns pedaços da carne do bagre para acrescentar quando você já estiver finalizando o pirão.

Vá adicionado a farinha de mandioca aos poucos e misturando bem para não empelotar. Continue até chegar a consistência de um pirão bem mole, úmido e translúcido. Experimente-o. Estando tudo certinho, sirva-o imediatamente.


Crédito da Foto: Diga Maria

Importantão: A farinha de mandioca continua absorvendo o líquido mesmo depois de você ter chegado a consistência ideal do pirão. Por este motivo, deixe o pirão bem mole e úmido. Na hora de comê-lo, com certeza ele estará um pouco mais consistente.

Esse pirão é para ser comido com colher em uma cumbuca, colocando aquela sua pimentinha e um bom azeite. Fica demais! Se você quiser dá para acompanhá-lo com um arrozinho básico e/ou com uma salada que também fica legal. Você é quem manda!


Crédito da Foto: Senhor Sabor

Delicie-se!!




SOBRE ÍNDIOS, PIRÕES, SAL, TEMPEROS E BAGRES

O pirão é um prato indígena preparado com o caldo de carnes, de pescados e até de vegetais. Até hoje o modo de preparo básico é o mesmo. Simplesmente o caldo é misturado a farinha de mandioca formando o pirão.

Originalmente existem duas formas de preparar o pirão: cozido ou escaldado. Na versão cozida, o caldo é misturado aos poucos com a farinha e mexido até ganhar a consistência adequada, no modo escaldado simplesmente mistura-se de uma só vez o caldo e a farinha, resultando em um pirão mais mole. 

Os Tupis-Guaranis, Carijós, Tamoios, Tupiniquins, Caingangues, Nhandevas e Mbiás que habitavam o trecho entre o litoral do Rio de Janeiro e o litoral de Santa Catarina influenciando definitivamente a cultura caiçara, pescavam peixes, moluscos e crustáceos com arco e flecha e um arpão de duas pontas, sempre a pequenas distâncias. Não davam preferência a uma ou outra espécie, tudo era útil. A coisa era simples, os peixes maiores eram assados ou moqueados e os menores eram cozidos e seu caldo era utilizado para fazer o pirão.

Se havia fartura de pescados, como no caso da melhor época para um determinado peixe, eles secavam os peixes excedentes e armazenavam para comê-los outro dia ou socavam o peixe seco no pilão até obter uma farofa que durava um bom tempo e podia ser transportada durante viagens e caçadas.

A cozinha tradicional indígena não utilizava o sal como o conhecemos. O nosso sal (cloreto de sódio) foi sendo introduzido através do contato com os colonizadores. Isso não significa que eles não conheciam o sal. Algumas sociedades o fabricavam com técnicas demoradas e em quantidades pequenas. Por exemplo, eles conseguiam o sal de cinzas (cloreto de potássio) secando e queimando aguapês e até palmeiras, as cinzas eram colocadas em um coador de fibras vegetais, eram então adicionada a água, mais ou menos como fazemos nosso café. O caldo resultante era então fervido até ficar somente o sal.

Para temperar os alimentos eles usavam pimenta ou uma mistura de pimenta e sal de cinzas socados no pilão. Eles chamavam esta mistura de ionquet, inquitaia, juquitaia, ijuqui. Esse tempero era adicionado aos pratos após seu preparo, era comido junto com o alimento, ou eles colocavam uma porção de comida na boca e em seguida esse tempero.

Com relação ao bagre, não se “apoquente”! Existem bagres de água doce e de água salgada e é fácil encontrar um bom bagre praticamente em qualquer lugar. O Brasil tem bagre “à lhenca” (em grande quantidade) e de várias qualidades (tipos).

O bagre pode ser encontrado em águas da costa brasileira e em águas do interior do país, pode ser pescado em alto mar, na praia, em canais, lagamares, estuários e em rios. Devido a grande variedade ele é facilmente encontrado. Das 2.200 espécies conhecidas no mundo, cerca de 1.100 são nativas da América do Sul.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Bolinho de Marisco Branco com Farinha de Mandioca


Crédito da Foto: Rio de Janeiro a Dezembro

Vizinho da Pegoava e da Tatuíra, o Marisco Branco é um molusco bivalvo (tem duas conchas) que vive enterrado na areia, habitando a zona entre marés de nossas praias a aproximadamente 100 mil anos. Eles podem viver até os 9 anos atingindo o tamanho médio de 8 cm. Os maiores podem chegar a ter até 10 cm.

O Marisco Branco
(
Mesodesma mactroides)
Crédito da Foto: Image Bank BR

Os Mariscos Brancos tem pés bem desenvolvidos e fortes, capazes de cavar rapidamente e se enterrar na areia a uma profundidade entre 5 e 15 cm, podendo chegar até 30 cm dependendo do seu tamanho e da compactação da areia.

Eles se alimentam de plânctons e de uma grande diversidade de material particulado suspenso na água, além de ingerirem o material que está sedimentado na areia onde habitam. Ali enterrados, eles conseguem seu alimento filtrando a água que eles movimentam dentro dos túneis que formam na areia.

Crédito do VídeoMarcio Idalino

Os Mariscos Brancos podem ser encontrados desde a região da Ilha Grande, no litoral do Rio de Janeiro, até a área da Bahia Blanca na Argentina. Entre os meses de dezembro e fevereiro podem ser encontradas suas maiores concentrações chegando a até 8.500 indivíduos/m² em algumas praias sortudas. Eles se reproduzem e desovam mais intensamente na primavera e mais suavemente no verão.
Mapa de distribuição do Marisco Branco

Como não gostam da água doce misturada à água salgada e nem de águas com muita matéria orgânica, eles raramente são encontrados nas regiões das praias mais próximas a desembocadura de rios ou de cursos de água da chuva.

O Marisco Branco está cada vez mais raro nas áreas mais populosas do litoral onde tem sido intensamente coletados para a alimentação ou para servir como isca para pescarias. Seu "sumiço" também se deve, entre outros fatores, a poluição da areia e das águas, e até ao pisoteio dos mariscos mais jovens nas praias mais frequentadas. Infelizmente, tudo isso causado por nós mesmos.

Disponível, saboroso e útil como isca e adorno, o Marisco Branco foi naturalmente incorporado ao cardápio e a cultura caiçara. Entre uma variedade de preparos do Marisco Branco, segue abaixo uma receita deliciosa.

Referências Bibliográficas: 1. Tese de Mestrado “Aspectos da Dinâmica Populacional do Marisco Branco em Praia Arenosa Exposta do Rio Grande do Sul” - Paulo Eduardo Aydos Bergonci – PUCRS - 2005 - 2. “Filogeografia Comparada e História Evolutiva da Planície Costeira Sul e Sudeste do Brasil” – Fernanda Britto da Silva – UFRS – 2007.

RECEITA

Fácil | Rende 30 porções

INGREDIENTES

1 kg de mariscos brancos com casca
Pimenta a gosto
Sal a gosto
Tempero verde a gosto: cebolinha, salsinha, coentro de folha larga e alfavaca
Farinha de mandioca artesanal
Óleo para fritar

Variação: Você pode substituir o marisco branco, pelo marisco das pedras ou do mangue, pegoavas, ostras e até vongoles. Crie!

Importante: Somente compre ou colete Mariscos Brancos que tenham mais do que 5 ou 6 cm. Mariscos deste tamanho já estão em sua fase adulta. Deixe os menores na praia para que cresçam, reproduzam e continuem repovoando as praias.

Você Vai Precisar

Uma Panela Grande
Uma Vasilha/Bacia
Uma Frigideira ou Tacho
Um Escorredor e Papel Absorvente


PREPARO

Lave os mariscos em água corrente e descarte os que estiverem abertos.

Coloque-os em uma panela grande e cozinhe-os em água temperada com parte do tempero verde e um pouco de pimenta. Se algum marisco não abrir descarte-o.

Quando estiverem prontos (abertos e cozidos) escorra-os e reserve tanto os mariscos como a água. Espere até que esfriem um pouco.

Os mariscos cozidos são delicados e podem se quebrar ou desmanchar. Retire com cuidado os mariscos das cascas e coloque-os em uma vasilha.

Crédito da FotoPhotl - Stock Photography 

Em uma panela coloque os mariscos sem casca, adicione os temperos verdes, uma parte do caldo do cozimento dos mariscos e vá acrescentando a farinha de mandioca aos poucos. Misture os ingredientes com cuidado até dar liga, corrija o sal e acrescente aquela sua pimenta preferida a gosto.

Dica 1: Se quiser dar mais sabor à massa, ferva a água do cozimento dos mariscos que está reservada, reduzindo seu volume e concentrando seu sabor.

Dica 2: Como você leu lá encima, o Marisco Branco vive na areia. Ao cozinhá-lo ele abrirá e soltará a areia que estiver dentro dele.  Certifique-se de não colocar acidentalmente esta areia ao utilizar o caldo do cozimento para compor a massa.

Com a massa pronta, forme os bolinhos, frite-os em óleo bem quente, deixe-os por um momento em um escorredor forrado de papel absorvente.

Sirva-os em seguida com um pouco do caldo do cozimento do marisco em um potinho, aquela sua pimentinha e um limão cortado.


Crédito da Foto: A Notícia - Jessé Giotti

Divirta-se!
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